1. Coach, bem-vindo a Leiria e ao nosso Basquetebol!! Ficaste surpreendido com o convite que te foi feito? O que te levou a aceitar o desafio de liderares o Centro de Formação de Jogadores da ABLeiria?
Antes demais, quero agradecer o convite às pessoas responsáveis por este projecto, ao Presidente Gonçalo e ao DTR Celso Casinha. Admito que fiquei algo surpreendido, mas qualquer duvida que possa ter tido inicialmente, com as sucessivas reuniões que fomos fazendo senti que havia mais coisas que nos unia do que nos separava. Partir para a execução, no campo, foi o mais fácil , e após cada ação tenho a certeza que é este o caminho certo para a ABLeiria.
2. Após o primeiro mês de treinos como olhas para a realidade do Basquetebol do distrito de Leiria?
Sem duvida que olho com enorme entusiasmo, foi uma total surpresa o ENORME talento que há no distrito, atletas trabalhadores, sedentos para aprender e muito treináveis.
3. Confirmas que há potencial em Leiria? O que falta aos nossos atletas para se afirmarem no panorama do Basquetebol Nacional? Com vitórias e presenças recorrentes nas fases decisivas dos Campeonatos Nacionais...
Como disse anteriormente, há um enorme potencial e talento em todo o distrito, mas o caminho para a afirmação no panorama nacional começa (numa primeira instância) na valorização do atleta no seu todo, ou seja, potencializar o talento individual em todas as suas vertentes (física, técnica e tática individual), sabendo que é um trabalho a longo prazo, e por etapas, a consequência será, sem dúvida, termos melhores equipas e equipas competitivas a nível nacional.
4. No teu percurso assinala-se vários títulos de Campeão Nacional, em formação e séniores. Quais são os ingredientes/fórmula de sucesso para esses títulos?
Costumo dizer a toda a gente que me faz essa pergunta, que o segredo está em ser paciente e saber o que queremos e para onde queremos ir. Os títulos são apenas consequência desse trabalho de paciência e de longo prazo. O treinador que pense na sua equipa apenas de setembro a junho nunca vai ter sucesso com a mesma, é preciso olhar para cada atleta e projectar o seu papel naquela equipa a longo prazo, não “saltando” etapas e não querer ganhar a qualquer custo. Uma outra parte importante é a exigência no treino e consequente intensidade, gosto de preparar as minhas equipas para serem intensas ofensivamente e defensivamente.
5. Como medes o sucesso na tua carreira? Formação de jogadores e/ou títulos conquistados?
Bom, pergunta algo difícil, o sucesso no desporto é sempre muito efémero, ganhas és o maior, perdes és logo uma besta, e por isso mesmo gostava de fazer essa reflexão já perto de terminar a minha carreira desportiva, que espero que seja longa e acima de tudo FELIZ. Mas olhando para trás estou muito orgulhoso, mais do que os títulos coletivos é olhar para o sucesso individual que muitas ex atletas minhas têm ao mais alto nível do basquetebol nacional e internacional.
6. A vocação de seres treinador de onde veio? Conta-nos o teu background ligado à modalidade…
A minha entrada na modalidade tem algo de curioso, como sabem sou natural do distrito de leiria, e na minha infância o futebol era o meu desporto de eleição, quando chego a Lisboa, não encontro nenhum clube para jogar futebol e ao pé de casa tinha o antigo descampado campo da SIMECQ e foi aí onde comecei a minha ligação ao basquetebol enquanto jogador, mas rapidamente percebi que não iria ser um bom jogador e a passagem para treinador acontece quando começo a estudar educação física na universidade, onde tive a sorte de aprender com dois mestres do treino, o Prof. Jorge Adelino e o Prof. Olímpio Coelho, que sem duvida continuam a ser as minhas grandes referencias e foram eles os grandes responsáveis por querer ser, a cada dia que passa, melhor treinador.
7. Para acabar como vês o teu futuro? O que perspectivas na melhoria contínua da tua carreira de Treinador?
Eu sou por norma um treinador muito exigente, com os outros e comigo mesmo, e por isso tenho um sonho enquanto treinador que é ter uma experiência nos Estados Unidos, até lá sei que o percurso vai ser duro exigente, mas como gosto de desafios aqui estou para o quer e vier, tendo dois lemas como “companheiros” nesta viagem desportiva, “NO DIA EM QUE DEIXAR DE APRENDER, TENHO QUE DEIXAR DE ENSINAR”, “GO BIG OR GO HOME”.
Venham os desafios.
Obrigado, Fernando Brás
A minha paixão pelo Basquetebol nasceu através da televisão, assistindo aos jogos da NBA, o que alimentou a curiosidade dos meus filhos pela modalidade. Ao cresceram, a decisão passava porque modalidade praticar, pelo que os inscrevi no Clube de Basquetebol de Leiria (CBL), o clube mais representativo da cidade de Leiria! Acabaram por ser atletas até à idade de Séniores, onde ainda jogaram regularmente. Eu, como tinha algum tempo livre, sempre os acompanhei e fui “ficando”, “ficando” e “ficando novamente” ...No total dediquei-me ao CBL durante 15 anos voltando ainda mais tarde quando o clube precisava de ajuda.
O plano que tínhamos passava por um lema que ainda hoje é válido, aliás até deve fortalecido: “Formar Atletas, mas principalmente os Homens do Amanhã”. O objetivo sempre passou por fazer crescer o clube tanto desportiva como pedagogicamente, assente na seriedade com que as Direções se regiam e em prol do Basket, mas sempre baseados no acompanhamento individual dos jovens.
Tivemos um grande Projeto elaborado por elementos históricos do Basquetebol de Leiria que nos acompanharam nesta luta diária e que consistia em visitarmos as escolas da região de Leiria, à procura de novas atletas e cativá-los para o CBL. Sempre com o intuito de ocupar o seu tempo livre, numa modalidade que lhes emprestava ferramentas extracurriculares muito valiosas ao seu crescimento.
No auge do CBL, movimentámos mais de 700 atletas por semana, com muitas dificuldades monetárias, mas sempre conseguimos os nossos desígnios. Tivemos um grande alfobre de jovens!
Felizmente, tivemos também a colaboração de grandes treinadores que nos ajudaram a crescer desportivamente, por exemplo: João Ribeiro, João Cruz, João Sousa, Arne, Pedro Vieira, Prof. Miranda, Delfim, Carla Silva, Alexandre Pires que vinha da zona de Aveiro dar treino aos minis aos sábados de manhã, entre tantos outros, cujas recordações guardo para sempre. Graças à nossa iniciativa ainda trouxemos aos treinos do CBL, o anterior Selecionador Nacional, Valentim Melnichuk.
Mas não posso esquecer os grandes dirigentes que tivemos no CBL que disponibilizavam o seu tempo graciosamente, acompanhando de perto todos os escalões. O papel do secionista tem de ser valorizado novamente, já que são eles que garantem as condições necessárias aos treinadores e atletas! Andámos sempre de cara lavada, não devendo nada a ninguém e isso era meio caminho andado para o sucesso desportivo.
Muitas e boas memórias, como campeões distritais em vários escalões, participação nas Taças Nacionais com excelentes classificações e as grandes organizações dos Torneios Internacionais no velhinho Pavilhão de Leiria.
Vejo o atual estado do Basquetebol de Leiria com esperança, já que vejo antigos atletas a exerceram cargos nos clubes, sendo treinadores ou dirigentes. O Basket precisa de todos e que não se perca ninguém!
João Loureiro,
Leiria, 19 de Novembro de 2019.
Quero agradecer à Associação de Basquetebol de Leiria pela consideração demonstrada ao me endereçar este convite para entrevista, ao qual respondi com enorme orgulho.
1. Caro Lourenço, primeiro que tudo PARABÉNS pelo trabalho, esforço e dedicação ao Basquetebol. Conta-nos por favor o teu início no nossa modalidade e como te apaixonaste por este desporto?
“O basquetebol apareceu na minha vida através de uns amigos, que já o praticavam. Anteriormente, pratiquei outras modalidades, natação e futebol, com as quais não me identifiquei. Quando eu tinha 9 anos, decidi experimentar o basquetebol e apaixonei-me por este desporto. Desde então, não consegui parar de jogar.”
2. Como foi a tua adaptação a Portugal, aos teus colegas nos SIRP e a toda a envolvência das Caldas da Rainha?
“Eu nasci e cresci nas Caldas da Rainha, esta foi sempre a minha cidade, porém os meus pais são oriundos da Moldávia, um país que visito anualmente para ver e conviver com a família. Nos Pimpões fui muito bem recebido e criei laços que duram até hoje.”
3. Quem são as tuas referências basquetebolísticas em Portugal e no estrangeiro?
"Sinceramente, acho que cada jogador tem características muito próprias e individuais, por isso tenho uma grande diversidade de referências que aprecio no basquetebol."
4. As tuas chamadas à Seleção Nacional contribuem para pensares em ser profissional de Basquetebol?
“As idas à Seleção foram experiências fantásticas, onde fiz amizades e desenvolvi ainda mais o gosto pelo basquetebol. Todavia, no futuro, gostaria de ter uma carreira académica, contudo o desporto continuará sempre a fazer parte da minha vida.”
5. Parabéns mais uma vez, agora pelos teus resultados escolares!!! Como se percebe pelo teu brilhantismo nas últimas Olimpíadas de Matemática consegues conciliar os estudos com o Basquetebol. Que conselhos deixas aos teus colegas?
"No fundo acho que não há nenhum segredo, é preciso ter gosto, paixão e empenho naquilo que se faz. A seguir os resultados aparecem depois de muito trabalho e esforço."
6. O que mais se pode esperar da tua carreira juvenil no Basquetebol e na vida?
“Acho que se pode esperar uma carreira juvenil forte em ambas as valências. No basquetebol vou continuar a empenhar-me e a dar o meu melhor. Na escola irei seguir a área das ciências e tecnologias.”
Os meus sinceros agradecimentos, Lourenço Staver
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